O BARRÃO ASSINALADO
O barrão assinalado tomou o pequeno-almoço. Começou a pesquisar na net, sites onde encontrasse ofertas de emprego, e nessas, procurar o trabalho adequado às suas habilitações. Havia uma empresa procurando a colaboração de um técnico de informática.
─ Vem a calhar ─ pensou.
Ligou para o número indicado, e falou com a engenheira responsável pelos recursos humanos. Marcou entrevista presencial para a tarde desse mesmo dia.
Saiu com uma mistura de angústia e esperança, a agitar o seu estado de espírito.
A sede da empresa é um edifício agradável, de uma arquitetura assaz inspiradora, de eficácia e pragmatismo.
A senhora depressa o informou, da tipologia da rede com que trabalhavam, dos números de host instalados, dos problemas mais frequentes com a velocidade da net, e a necessidade de colocar em locais estratégicos, repetidores de sinal, a fim de garantir uma cobertura completa da área administrativa.
Poderia começar amanhã.
De regresso a casa, passou por uma livraria, para ver os títulos das novidades nos escaparates.
Títulos curiosos, “Megalomanias Egocêntricas”, letras brancas em fundo preto, chamava a atenção. Capa plastificada.
Outro livro ao lado, “Destrambelhados e Desencabrestados”, letra gótica, com uma ilustração: touros em manada pastando no campo. Aspeto geral austero, algo não percetível exalava do gado.
Não teria estalado ainda a terceira guerra mundial, mas ouviu-se, ou, talvez parecesse soar, o barulho de várias bocas-de-fogo a ribombar.
Nada conseguiu substituir-lhe a alegria de começar a trabalhar, já amanhã.
Santos Casais da Ferreira